Do mesmo modo que nascem em nós a mãe/pai quando nasce o 1º filho, quando os pais morrem, morre em nós a/o Filha(o).
Enquanto os pais estão vivos há uma espécie de “desresponsabilização”, eles sabem, eles são a “rede”, eles agregam a família. (Isto para quem tem pais que têm este papel, pois há pais que nunca foram cuidadores e agregadores. Falo para quem sempre teve os pais presentes, em relação próxima de suporte).
Quando os pais fazem a transição, há uma passagem desse “bastão/papel”, um pouco como as corridas de estafetas em que um atleta passa o bastão – quem o entrega pára a participação no exercício, quem o recebe inicia o movimento.
Há assim um duplo luto nos filhos, o do “até já” ao ser querido, e a despedida dessa parte própria, da Filha(o).
É um processo que pode ser mais ou menos doloroso consoante a Consciência que se tenha do Sentido da Vida, do crescimento pessoal.
Sabemos que a vida está cheia de etapas – por exemplo; o começar a andar e conseguir mecanizar a marcha, o iniciar a escola e progredir nesse percurso, conduzir, o relacionar com o outro, o ter filhos, etc. – todas as etapas têm desafios que implicam adaptações, pois é assim que evoluímos.
Se conseguimos fazer esse percurso, quando se chega à despedida dos pais, é um adulto que está pronto para essa passagem de testemunho, há uma capacidade de se lidar com esse evento com maior aceitação e resiliência. Se pelo contrário, em algum momento do percurso houve alguma fase que não foi devidamente superada e não permitiu essa adaptação/crescimento, quando se chega ao momento de despedida dos pais, não é um adulto que o faz, mas a criança ou o adolescente que se sente desamparado. O tempo cronológico passa, mas o emocional ficou parado lá atrás. Neste caso, o processo é muito mais doloroso, pois emocionalmente a criança sente-se perdida, desamparada, desprotegida, e todo o processo de luto é muito mais lento, doloroso e por vezes surgem depressões.
O processo de luto pode tornar-se patológico. O que há a fazer é pedir ajuda. Quando se está no epicentro de uma espiral emocional tão intensa como esta, não se consegue pensar com clareza. Mas é um estado de sentir que se for devidamente acompanhado, se sai dele. Ao desânimo deve sobrepor-se o pensamento do caminho que se tem pela frente do bem-estar próprio em primeiro lugar, que irá afetar as pessoas ao redor, especialmente os mais próximos: filhos, companheiros, cuja estabilidade e bem-estar é fortemente afetada pela(o) enlutada(o).
A vida é cíclica. A experiência da vida tem um tempo limitado. Todos os nossos ancestrais já passaram por ela, e a nossa descendência também o fará. Aceitar com naturalidade este facto é essencial. Só que por vezes isto fica de lado e vive-se como se fosse eterno nesta experiência.
Se se pensar bem, o sentir que leva a que este momento seja tão desesperante é o “nunca mais vou ver”. E isto não corresponde à realidade. É importante as pessoas terem uma visão espiritual da vida e saberem, confiarem, intuírem, terem fé realmente sentida no coração, de que há vida depois desta. Que uma despedida desta realidade é uma festa de reencontro do lado de lá e quando a própria hora chegar, também nós nos reencontraremos com todos os seres queridos que já partiram. Assim, olha-se como um “até já” em vez de “nunca mais”. Esta perspetiva faz toda a diferença. Não é verdade?
Que todos os que passam por esta experiência possam sentir conforto e paz no coração com este post.
Investiguem na net, no Youtube, há imensas pessoas com trabalhos muito interessantes, inclusive da ciência que falam exatamente da Eternidade da Alma. Brian Weiss, Greeg Braden, José Gaona (esperiências de quase morte), Alberto Lopes, entre outros. Informem-se, oiçam outros pontos de vista, oiçam testemunhos. Há muito mais do que se vê. A ciência tenta explicar a realidade, há coisas que já consegue explicar e outras que não, mas isso não significa que essas realidades não existam.