Temos a crença cultural de que o “trabalho dignifica” e de facto assim é.
Trocar algo, por algo, geralmente uma capacidade/tempo por moeda, que
garanta e/ou ultrapasse o suprimento das necessidades. Até aqui nada de
novo. Onde isto tem de ser olhado de outra forma é quando esta troca se
torna tão absorvente que esgota o individuo fazendo abdicar de todas as
demais facetas da vida, nomeadamente o Lazer. É sobre isto que refletimos
hoje.
O lazer ainda é visto como algo “pouco merecido”, ou até “luxo”. A crença
é que é no trabalhar que sou Validado.
Como em tudo, o equilíbrio está em vivenciar um pouco de tudo e o lazer e
até o “não fazer nada” ser vivenciado sem sentimento de “culpa”.
O lazer tem um papel muito importante no equilíbrio emocional do ser
humano. As crianças, é a brincar que aprendem a relacionar-se, a exprimir
sentimentos, a descarregar frustrações. E ainda que as crianças cresçam, essa
necessidade permanece. Desligar das responsabilidades, descansar,
partilhar momentos de descontração com os outros, reforça laços, e faz
muros entre as pessoas caírem. Não é por acaso que cada vez mais
formações motivacionais são contratadas por empresas para beneficiarem
funcionários, que surgem livros de mandalas para pintar, e os jogos de
mesa abundam.
É bom recordar que tudo em que focamos a nossa atenção provoca reações
químicas no nosso corpo. O nosso corpo é uma máquina maravilhosa que
tem de ser cuidada a vários níveis e tem de ter de tudo um pouco.
Se é viciado em trabalho, lembre-se que merece ter momentos sem
obrigações, que lhe dê prazer, que possa partilhar com quem ama e até
gastar o dinheiro que ganha com o seu trabalho. Pode parecer estranho, mas
há pessoas que são tão absorvidas no trabalho que nem têm tempo para
desfrutar do que ganham.
A Vida é uma experiência com tempo limitado. Se fosse partir amanhã, o
que gostaria de ter feito que ainda não fez?
Vá, faça, desfrute 😉