É um conceito que se começa a ouvir e que por vezes se torna abstrato.
Entendo-o como a “Facilidade” com que os acontecimentos se desdobram e está
diretamente ligado ao conceito de Aceitação.
Naturalmente que se tem de contextualizar e não se pode generalizar, um abuso não é
para ser permitido.
Refiro-me às situações que, não tendo resultado satisfatório, insistimos em perpetuar.
Por exemplo, um trabalho em que não, ou já não, nos sentimos valorizados, em que o
nosso desempenho não é reconhecido, em que a remuneração é inferior ao que
queremos e merecemos; uma relação amorosa em que não somos amados, apoiados,
valorizados, etc. e que apesar disso insistimos em mantermo-nos nela. Essa postura de
“resistência” é que gera o sofrimento. É o próprio, sem se dar conta, que gera esse
sofrimento quando insiste em se manter numa situação que já não é para ele gerando dor
emocional.
Fluir é ficar atendo ao que a vida traz, porque por vezes o que nos traz é muito melhor
do que o que idealizámos.
Recordo-me um caso em que uma senhora estava a passar por uma dificuldade
financeira e rezava fervorosamente todos os dias por uma solução. No decorrer da
conversa apercebo-me que o filho, que podia ajudar, se tinha oferecido para o fazer, mas
a senhora olhava para esta ajuda como “Nem pensar! São os pais a ajudarem os filhos.”.
Rezou, a ajuda veio, mas como não veio na forma que idealizou, nem a conseguia
identificar e aproveitar. Para descanso dos leitores, depois de conversarmos um pouco,
aceitou a ajuda, mais tarde repôs e todos ficaram tranquilos.
Como dizem “nuestros hermanos” : “foram felizes e comeram perdizes” ��
Por vezes necessitamos trabalhar a humildade para identificarmos as soluções e alcançar
o bem-estar que desejamos e merecemos.
As soluções estão sempre presentes, assim tenhamos olhos para ver.