“Amo o meu marido! Permitiu-me ser a mulher que eu quis ser!”
Esta frase foi-me dita por uma consulente em gabinete.
Este pareceu-me um bom mote para iniciar esta nova rúbrica, na minha nova página .
Embora tenha sido uma mulher a proferi-la, gostaria de alargar a reflexão a pessoas. Homens e mulheres.
Quantas vezes por fidelidades a expectativas alheias nos sabotamos no alcançar dos nossos sonhos? Quantas vezes obrigamos o outro a cumprir as nossas expectativas?
E nisto, acabamos por ficar presos em frustrações e mágoas que tornam as nossas relações em verdadeiros ringues de boxe, responsabilizando o outro pela nossa decisão.
A frase foi-me dita por uma pessoa que se sente realizada pessoal e profissionalmente.
Referia-se, mais concretamente, ao suporte recebido pelo companheiro de disponibilizar mais tempo na parte familiar, enquanto ela se expandia profissionalmente. O patamar que alcançou a este nível, só foi possível por ele ter assumido o familiar com mais presença, cobrindo alguma ausência dela.
Não será este o verdadeiro espírito de uma Parceria para a vida? Apoio mútuo nas realizações pessoais e profissionais, com satisfação, harmonia e felicidade para todos os implicados?
Por vezes prendemo-nos aos “deve ser”, “é suposto”, e perdemo-nos de nós.
Respeitar a individualidade do outro e fazer dessas particularidades o potencial de crescimento, construção, expansão e satisfação.
As relações estão a mudar. Quando olhamos para trás, os modelos acabam por ser de abnegação, martírio, sacrifício, resignação. O importante era ter alguém. Esse era o objetivo de vida, por imposição social e muitas vezes económica.
Este priorizar de “sobrevivência” já não tem razão de ser. Ser feliz com alguém, ao invés de que alguém me faça feliz.
O mundo mudou e a realidade é muito diferente, com muito mais possibilidades de tudo se tornar mais saudável. Que esta seja uma oportunidade de expressar e vivenciar o que de melhor temos.
Fico muito feliz quando tenho à frente pessoas que já o vivem! São exemplos de que é uma possibilidade exequível. Acho-os inspiradores!
Que tenhamos em mente que as relações são Construções, cujo segredo do sucesso, ao contrário do que possa parecer, é Dar.
Ambas as partes têm de dar. Reciprocidade é fundamental.
Tudo tem de ter equilíbrio, é um dos princípios Universais.
O que é que eu dou ao outro?
O que é que o outro me dá a mim?
Dizem que temos um GPS interno que é o nosso coração. As emoções indicam-nos o caminho. Que tenhamos discernimento para ser honestos, sinceros e verdadeiros. Connosco e com o outro.